A história da Praça Principal: um local de encontros e tradições
A Praça Principal de Paula Cândido tem uma história que remonta ao início da formação do arraial de São José do Barroso, que mais tarde deu origem ao município. Tudo começou com a construção da capela em honra a São José, localizada onde hoje se ergue a imponente Igreja Matriz de São José. Ao redor da capela, foram surgindo algumas casas, dando início às duas ruas principais da vila: Rua São José e Rua Monsenhor Lisboa.
Entre essas duas ruas, havia uma área com árvores frondosas, como pinheiros, palmeiras, baraúnas e cedros. Essa paisagem permaneceu praticamente inalterada por mais de cem anos, servindo como local de recreação para as crianças e descanso para os animais dos moradores, que amarravam seus cavalos e jumentos à sombra das árvores.
Na década de 1920, foram construídos dois chafarizes para abastecer a população com água, já que as minas locais ficavam distantes. No início do século XX, as baraúnas, cedros e outras árvores foram cortadas, preparando o terreno para a futura praça. Apenas os pinheiros e uma pequena palmeira, que ainda sobrevive até os dias atuais, foram preservados. Esses pinheiros serviram como mastro dos alto-falantes de um sistema de sonorização no distrito, funcionando como uma espécie de "rádio ao ar livre" nas décadas de 1940, 1950 e 1960.
Em 1961, o prefeito Áureo da Silva Lisboa contratou um engenheiro para elaborar um projeto de praça que se adaptasse ao relevo do terreno, e assim foi feito. Em 1967, o prefeito José de Queiroz assumiu o projeto e, juntamente com o engenheiro José Chequer de Viçosa e o engenheiro florestal Osvaldo Valente, planejou e executou a construção da principal praça da cidade.
O engenheiro José Chequer aprimorou o projeto inicial e foi o responsável técnico pela obra, enquanto o professor Osvaldo Valente trouxe estagiários da Universidade Federal de Viçosa, do curso de engenharia florestal, para implantar um sistema de irrigação e drenagem na praça. Eles também analisaram as espécies de árvores, arbustos e flores que melhor se adaptariam ao local. Os trabalhos se estenderam por um ano e foram totalmente concluídos em maio de 1968, sendo solenemente inaugurados em 1º de maio.
A inauguração contou com ampla participação popular, com a presença de todas as escolas do município, e foi abrilhantada pela Corporação Musical Monsenhor Lisboa. A benção foi proferida pelo saudoso monsenhor Licínio de Oliveira, na época Cônego Licínio.
Ao longo dos anos, a praça tem desempenhado o papel de ponto de encontro para casais apaixonados e de conversas entre várias gerações. Suas árvores são enfeitadas durante o Natal, sendo os belíssimos ipês os destaques, que florescem anualmente, trazendo vida e uma beleza única ao local.
Vale ressaltar que a palmeira que existia desde os tempos do arraial foi preservada, estimando-se sua idade em 200 anos. Atualmente, a praça recebe atenção especial da população e das autoridades locais, que a mantêm em bom estado e realizam restaurações seguindo os padrões originais, preservando assim sua essência inalterada ao longo do tempo.